O Tribunal Superior Eleitoral
adiou por tempo indeterminado o julgamento do processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer. Os ministros decidiram dar mais prazo para as defesas e reabriram a fase de depoimentos de testemunhas.
Estava tudo pronto para o julgamento. Cadeiras extras no plenário e em
mais dois auditórios com telões. Detectores de metal, cães farejadores,
segurança reforçada.
Pela primeira vez no banco dos réus, a chapa vencedora de uma eleição
presidencial, acusada de ter cometido abuso de poder político e
econômico: uso indevido da cadeia de rádio e televisão, manipulação de
pesquisas e uso de dinheiro desviado da Petrobras para abastecer o caixa
da campanha de 2014.
Mas antes mesmo da leitura do relatório, o advogado da ex-presidente Dilma Rousseff pediu que fosse concedido mais prazo para apresentação de novos argumentos.
“Sempre que houver ritos que conflitem deve ser utilizado aquele que é
mais benéfico e menos prejudicial a defesa”, explicou Flávio Caetano.
O advogado do PSDB, partido autor das ações, concordou. O procurador do Ministério Público Eleitoral, Nicolao Dino, também foi a favor.
O relator do processo, ministro Herman Benjamin, tinha estabelecido dois dias para a defesa, mas concordou com cinco para evitar o risco de mais tarde o processo parar novamente, sob alegação de cerceamento de defesa, mas alegou que atrasos prejudicam o processo.
“Cabe lembrar que este processo já tramita no TSE há cerca de dois anos e seis meses”, disse Herman Benjamin.
Depois dos ministros concordarem com cinco dias para a defesa, o debate
continuou com outra divergência: ouvir ou não novas testemunhas. Herman
Benjamin foi contra ouvir os atuais presidentes de partidos da base
aliada de Dilma como pediu a defesa.
“Nós não podemos transformar este processo num universo sem fim. Nós
não podemos ouvir Adão e Eva para que intimem a serpente”, afirmou
Herman Benjamin.
Vitória do relator. Eles não serão ouvidos. Mas outras quatro testemunhas, sim. O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega,
o depoimento dele já foi marcado para esta quinta-feira (6), e três delatores da Lava Jato: os marqueteiros João Santana, Mônica Moura e o assessor deles, André Santana. O depoimento dos três ainda não tem data e só depois de serem ouvidos, começará a contar o novo prazo para alegações da defesa.
No começo da tarde desta terça-feira (4), o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, homologou os acordos de delação dos marqueteiros que fizeram a campanha de Dilma.
A reabertura da fase de coleta de provas, na prática, bota esse
julgamento em banho-maria. Quando o processo for retomado, provavelmente
a partir de maio, a composição do TSE será outra: o mandato de dois
ministros está para terminar.
Depois que eles forem substituídos, o TSE vai decidir se cassa ou não a chapa toda, o que poderá deixar Dilma inelegível e fazer Temer perder o cargo; ou se divide as condutas, separando eventuais punições de um e de outro.
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